Psoríase

O que é a Psoríase?

A psoríase é uma doença inflamatória que se manifesta principalmente na pele, mas que também pode atingir outras áreas, como as articulações ou as unhas. É relativamente frequente, afectando cerca de 2% da população. Trata-se de uma doença não contagiosa, crónica, com evolução variável de doente para doente. A sua causa continua mal esclarecida; sabe-se no entanto que estão envolvidos factores genéticos e factores ambientais.

Surge frequentemente no adulto jovem, mas pode aparecer em qualquer idade. A intensidade da doença é variável, não sendo possível prever a sua evolução. Existem desencadeantes conhecidos: o stress, as épocas do ano, o consumo de álcool e alguns medicamentos são exemplos bem ilustrativos do papel do meio externo sobre a doença.

Que tipos de Psoríase existem?

Existem vários tipos de psoríase, em função das características das lesões e do eventual atingimento das unhas ou das articulações.

A forma mais frequente é a psoríase em placas, caracterizada pela presença de placas rosadas ou avermelhadas, cobertas por escamas brancas ou de cor acinzentada ou prateada, por vezes com prurido (comichão). As lesões são de dimensões variáveis e atingem preferencialmente a pele dos cotovelos, dos joelhos e do couro cabeludo; no entanto qualquer área corporal pode estar afectada.

A psoríase ungueal também é frequente e associa-se habitualmente a outros tipos de psoríase. Embora raramente, as unhas podem ser afectadas de forma exclusiva.

As alterações mais comuns são o descolamento parcial da unha do seu leito (onicólise), o espessamento da unha que fica amarelada (por hiperqueratose subungueal), as alterações da cor e as irregularidades da superfície ungueal, tal como a presença de ponteado na unha (depressões punctiformes), como se tivesse sido picada com um prego fino.

A psoríase artropática caracteriza-se pela presença de inflamação de uma ou mais articulações (artrite). A doença articular provoca dor e limitação funcional, interferindo com a capacidade de executar movimentos, por vezes de modo irreversível.

Existem ainda outras formas particulares e mais raras de psoríase, de que são exemplo a psoríase em gotas ou psoríase guttata (as manchas de psoríase são pequenas e dispersas no tronco como se tivessem caído gotas de chuva na pele), a psoríase pustulosa (as manchas ficam cheias de “lagos” de pus, tornam-se dolorosas e associam-se a mal estar e febre) e a psoríase eritrodérmica, em que todo o corpo fica vermelho e a descamar sem se individualizarem as manchas da psoríase e sem, ou quase sem, se ver pele normal.

Como se trata?

Quanto ao tratamento, existem diversas modalidades de tratamento ao alcance do Dermatologista, que ajudam a controlar esta doença, não sendo, todavia, curativas: tratamentos tópicos, os medicamentos sistémicos, o tratamento com raios ultravioletas – fototerapia. Estes 2 fármacos últimos, assim como os fármacos biológicos, devem ser utilizados com alguma cautela sob vigilância do Dermatologista.

A terapêutica tem de ser individualizada, consoante o tipo de psoríase e os tratamentos previamente efectuados, a existência de outras doenças associadas (diabetes, Hipertensão arterial, “gordura no sangue” e também consoante as capacidades da paciente e o impacto que a psoríase pode ter na sua qualidade de vida.

As medidas gerais, integradas num conceito de estilo de vida saudável, também são benéficas. A fototerapia consiste no tratamento com recurso à radiação ultravioleta (UV). A radiação UV também existe na radiação solar e o seu uso doseado provoca a melhoria das lesões.

Este tipo de tratamento é comummente realizado em cabines, cujo interior é revestido por lâmpadas especiais, produtoras deste tipo de radiação. As várias modalidades de fototerapia (PUVA, UVB, etc.) exigem por norma algumas semanas de tratamento e várias sessões, habitualmente 3 ou 4 por semana para a remissão da psoríase.

O acompanhamento médico é muito importante. Tendo em conta a longa evolução da doença, é possível surgirem problemas relacionados com o uso inadequado de qualquer tratamento.

Finalmente, é essencial realçar o grande impacto que esta doença tem, na qualidade de vida de muitos doentes.

Os órgãos de comunicação social podem ajudar a combater algum estigma social que persiste e também a alertar a população para os perigos da publicidade enganosa. Como nota de optimismo, não esquecer que a investigação científica não pára e o que futuro promete novidades.

2017-11-26T12:43:25+00:00